Nosso Impacto em Como Somos Intuitivamente Percebidos

No meu livro Masters of Networking, há uma seção sobre networking não verbal escrita por Darrell e Diana Ross. Estou compartilhando um trecho porque é importante considerar como podemos estar contribuindo involuntariamente para que os outros nos percebam de maneira equivocada. Isso é particularmente relevante quando se trata dos nossos contatos de networking profissional.

Dois ou Três Minutos

Profissionais de recursos humanos dizem que, geralmente, sabem nos primeiros dois ou três minutos de uma entrevista se o candidato é ou não adequado para o cargo. O restante da entrevista serve, na maior parte do tempo, apenas para confirmar essa primeira impressão.

Da mesma forma, ao conhecermos alguém pela primeira vez, formamos uma avaliação razoavelmente precisa de sua personalidade em poucos minutos – muitas vezes, antes mesmo de a pessoa dizer uma única palavra. É evidente que os seres humanos formam essas primeiras impressões intuitivamente, não racionalmente. Não dizemos a nós mesmos: “Essa pessoa está vestindo um terno risca de giz e carregando uma bengala. Portanto, ela é meticulosa com sua aparência, provavelmente tem um jeito extravagante e é perfeccionista no trato com detalhes.” Nós não pensamos sobre isso; simplesmente sentimos essas percepções instintivamente, quase que instantaneamente.

Claro, nossa experiência e razão nos ensinam que nossas primeiras impressões podem estar erradas, e devemos estar prontos para mudar nossa avaliação conforme novas evidências surgirem. No entanto, nosso “modelo inicial” é guiado pela intuição, pelo menos no início de um relacionamento.

Comunicação Não Verbal

Mas como essa intuição funciona? Em que ela se baseia? Estudos mostram que nos comunicamos de muitas formas não verbais. Esses tipos de comunicação costumam ser mais rápidos do que a linguagem falada porque não exigem que prestemos atenção consciente e interpretemos uma sequência de palavras direcionadas a nós ou a outros.

Um exemplo familiar é a linguagem corporal. Há anos, estudiosos da comunicação analisam como transmitimos mensagens por meio da postura, do jeito de andar, dos gestos, da posição da cabeça, dos movimentos dos olhos e de outras ações. Os sinais que enviamos geralmente dizem respeito ao nosso humor, emoções e atitudes. No entanto, há também mensagens mais explícitas e sutis que são constantemente enviadas e recebidas sem o uso de palavras. A comunicação nesse nível pode ser controlada e gerenciada se estivermos conscientes do que estamos fazendo.

Outro tipo de mensagem é química. Assim como a maioria dos animais, emitimos feromônios que comunicam nosso estado emocional, medos, desejos e até sentimentos de atração ou repulsa por outras pessoas. Essas mensagens ocorrem em grande parte fora do nosso controle consciente. Algumas pessoas reagem fortemente a esses sinais, enquanto outras quase não os percebem. Se estivermos cientes de sua influência, podemos escolher reagir a eles ou ignorá-los.

Será que essas formas conhecidas de comunicação não verbal explicam totalmente o que chamamos de intuição? Algumas autoridades populares, como espiritualistas da moda, especulam sobre forças e campos misteriosos que supostamente fogem das leis conhecidas da física.

É verdade que ainda há muitos aspectos da psicologia humana que não compreendemos totalmente. No entanto, a história das descobertas científicas mostra que a natureza humana, por mais misteriosa que seja, pode ser acessível às ferramentas da ciência, e que explicações sobrenaturais são, no fim das contas, desnecessárias.

O que sabemos com certeza é que estamos nos comunicando com as pessoas o tempo todo, mesmo quando não estamos falando. O segredo está em se tornar mais consciente dessas comunicações não verbais, garantindo que as mensagens que transmitimos sejam representações autênticas de quem somos e de como queremos ser percebidos.

Como networkers, podemos aprender a reconhecer os sinais que enviamos ao entrar em um ambiente e nos esforçar para torná-los claros e persuasivos. Isso nos ajudará a construir conexões mais fortes, confiança mútua e um networking mais eficaz.

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